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Oratória & Medo

Falar em público (oratória) com segurança e persuasão é importante para ser bem sucedido na escola e nos negócios. É normal uma pessoa ter medo de falar em público. Quais as causas? São duas: a técnica e a emocional. A causa técnica diz respeito ao conhecimento do assunto. Quando a pessoa não se prepara e não ensaia aumenta as chances dela sair-se mal. A ansiedade surge e causa sintomas como o medo de perder a seqüência do assunto, a falta de memória (”branco”), a tremedeira, a sensação de ser ridículo e o nervosismo. Fisiologicamente funciona assim: as glândulas supra-renais liberarem no sangue a adrenalina, hormônio que nos deixa em estado de alerta para o perigo, mas também provoca o descontrole geral da mente e do corpo, representado pelos sintomas já comentados. O “remédio” é prepara-se para falar em público para ficar mais seguro e conseguir controlar a ansiedade e os efeitos ruins da adrenalina.

E a causa emocional? Na infância passamos por traumas e repressão que abalam a nossa auto-imagem e causam ansiedade. Ao longo da vida aparecem dúvidas sobre nossa capacidade: “Tenho talento?”, “Serei capaz como os outros?” Crenças limitadoras e idéias distorcidas se estabelecem. Cria-se uma conversa interior, automática, repetida, inconsciente: “Tenho pouco a oferecer”, “Não sou bom como os demais”. Autoprofecias se realizam: de tanto pensar que algo vai dar errado, você acaba fracassando. Complexos de inferioridade formados por sentimentos de insegurança, o impedem de enfrentar satisfatoriamente as situações estressantes como falar em público.

Quando você fica exposto diante de uma platéia devido ao “perigo” é gerada grande ansiedade e medo. Resultado: você fica nervoso, aflito, tem tremedeira e todo tipo de embaraço. É reforçada a matriz da ansiedade formada na infância criando-se o círculo vicioso do medo, o qual é realimentado inúmeras vezes pelas novas experiências ruins.

Para superar o medo de falar em público você deve em primeiro lugar fortalecer a sua auto-estima e a autoconfiança, reprogramando-se a pensar positivamente e a acreditar mais em si mesmo. Você deve evitar os pensamentos distorcidos emocionais, neutralizando-os com pensamentos positivos racionais.

Veja a seguir exemplos de como você deve proceder:

O QUE NÃO FAZER

COMO NÃO PENSAR

Pensamentos emocionais distorcidos

COMO PENSAR(reprogramação mental)

Pensamentos racionais positivos

Cultivar crenças ou rótulos negativos “Sou tímido”. “Serei mais autoconfiante. Estou melhorando minha forma de pensar”.
Exageros / Depreciações Radicalizações “Sempre sou um fracasso quando falo em público”. “Sou uma pessoa normal e posso superar desafios”.
Comparações negativas “Os outros são melhores do que eu quando falam em público”. “Posso ser como os outros estudando e me preparando mais”.
Focalizar o negativo “Fico vermelho falando em público”. “Vou respirar profundamente e manter a calma”.
“É horrível ser observado pelos outros, fico inseguro”. “É bom ser observado pelos outros, assim posso mostrar minhas qualidades”.
“Já me apresentei e fui péssimo”. “Vou persistir até conseguir”.
Ver dificuldades facilmente. “É difícil enfrentar muitas pessoas olhando para mim”. “Estou aprendendo a encarar o mundo e a vida de forma mais positiva”.
Futurologia negativa / Conclusões apressadas. “Vou ficar nervoso quando me apresentar”. “Vou ensaiar bastante para ficar mais autoconfiante”.
“Vão achar que sou burro”. “Eu estudei, planejei e ensaiei. Vou me sair bem”.
“Sempre quando fico ansioso, me dá um branco e esqueço o que vou falar”. “Aprenderei a meditar, respirar e manter a tranqüilidade”.
“Minha apresentação não vai ser boa”. “Minhas chances são boas porque ensaiei”.
Auto-depreciação “Eu sou um desastrado. Tenho raiva de mim mesmo”. “Cometo erros, mas não é razão para me odiar”.
Comodismo / Zona de conforto “Alguém precisa fazer algo para eu me sair bem”. “A felicidade resulta principalmente dos meus esforços e ações”.
Fuga “Não vou me apresentar em público”. “Todo mundo fica nervoso. Ninguém vê meu coração disparando. Vou fazer a minha apresentação sim”.

Exercício:

  1. Identifique os seus próprios pensamentos emocionais distorcidos e quais as formas corretas de pensar.
  2. Que tipo de experiência traumática o fez ter medo de falar em público?
  3. Como você deve pensar racionalmente?

Flávio Pereira

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